Guaratinguetá, 16 de janeiro de 2011
Sentimentos de um dia qualquer (para mim).
Não aguento mais assistir aos jornais: chuva, desabamento, mortes, heróis – chuva…um fenômeno cíclico tão negligenciado que, desta vez, chegou a se fantasiar de morte para chamar a atenção. O saldo desta brincadeira são centenas de nossos semelhantes desbravando um local que nós ainda não compreendemos.
Não suporto mais essa realidade na qual as pessoas são individualista, egoístas, pessimistas e reclamonas. Perdoe minha língua comprida, caro leitor. No fundo, devo ser igual a você. Contudo, meu ímpeto é reprimir todos estes aspectos de minha essência pura ou, eu diria, transformada.
Não quero mais uma vida onde fechar os olhos para o que não está certo é o usual. Neste momento, leitor, não venha me dizer que o que vale para mim não vale para todos. Nós dois sabemos como tudo isso funciona.
Quer mais, prezado leitor? Eu não te escuto. Sim, não escuto você e sua geração. Não há ruído para abalar a estrutura das coisas erradas e desgraçadas, essas sim tão bem instaladas no país.
No silêncio geral, só faço ouvir minhas lamentações, pois desprezo a mim mesma pela falta de mobilização.
Acha-me depressiva, amigo?
Pois eu rio de seu engano!
Amo a vida, e mais: amo a existência.