Arquivo mensal: setembro 2010

Noite vazia

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Apago as luzes.
Provoco um breu no espaço e em mim.
Não sinto medo, não sinto nada.
Minhas mãos, raivosas, assumem minha vontade.
A vontade já não é mais minha
O desejo foi tomado, um furto.

O escuro se intimida com a Lua,
A grande estrela da noite!
De tão irado,
O escuro ficou azul
E lhe brotaram espectros radiantes.

Quantos pensamentos se dirigem para esse cenário?
Sinto uma ansiedade de engolir qualquer pensamento
Roubar uma vontade alheia.
Minha mão me faz sentir isso.
Acho que falta inspiração,
Normalmente não tenho esses ímpetos.

Certamente, as palavras estão rindo de mim
E esse poema descarta por si próprio sua credibilidade.
Um vazio de sentimentos não fica calado muito tempo
Perto de um céu tão lindo.
Meus espectro são minhas sensações!

24 de Setembro, 2010.

O eu tomado

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A distância se desmancha em possibilidades

O calor, de vagar, já vem tardio –
e sempre

Odores cítricos motivam meu Espírito

E eu me pergunto aonde ir.

 

A Insegurança zomba de mim

E a Incerteza embaralha minha mente

A Aurora quer interferir…

E eu me pergunto por que ir.

 

Quão esperta a Expectativa!

Trama com a Ansiedade hoje

E o amanhã já vem certeiro:

Eu me pergunto como ir.

 

07
de Setembro, 2010.

Passerby

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Passe por uma Pessoa na rua e respire fundo.

Você vai sentir o efeito Red Bull que o olfato garantirá a sua imaginação.
Passe por uma Pessoa e tente não desviar o olhar. Cumprimente-a.
Se houver resposta, sinta aquela satisfação por dentro.
Passe por uma Pessoa e dê passagem.
Talvez essa tenha sido a única gentileza recebida por ela naquele dia.
Passe, passe, passe…dezenas de Pessoas numa mesma calçada, projetando turbilhões de pensamentos em cima de assuntos interligados, desviando automaticamente de postes, Pessoas e lixo no chão…
Pensamentos de calça jeans, vestidos e bermudas…Problemas velhos, com rugas, rosados…Afazeres apressados, raivosos, tropeçando aqui e ali…e um ou outro, dotado de sensibilidade, são os únicos a perceber a presença dos demais e…sorrir, ou apenas manifestar alguma reação.
 
É incrível notar a indiferença de uma em relação a outra…e isso eu chamo de perda de oportunidade. Oportunidade de observação! Consegue imaginar a vida de cada uma dessas pessoas através, apenas, de sua expressão facial? De seu jeito de andar? De seu penteado? Isso propicia uma onda incrível de imaginação! Há quem ache que tudo isso é inútil e que, no final das contas, eu não escrevi nada de prestativo. 
Concordo, não vejo nenhuma contribuição nesse texto. Considerem como se estivesse compartilhando experiências e desconsiderem caso não tenham entendido e/ou não pretendam vivenciar qualquer situação do tipo.
Deixo como recomendação o livro As Flores do Mal, de Charles Baudelaire.